domingo, 9 de outubro de 2011

A Bauhaus

A Bauhaus

A Escola Bauhaus é uma escola de arte. Surgiu nos tempos da Revolução Industrial, ou seja, trouxe incontáveis consequências assoladoras; como nas condições de vida da população, a criação de grandes centros urbanos e reestruturações sociais, como também nos produtos manufacturados e racionalizados.
Desde 1850 que os ingleses já tinham tentado modificar os conceitos de formação dos artesãos e das escolas de arte. No entanto, além da área industrial, a Inglaterra garantia sempre o seu primeiro lugar também nessa mesma área. Ou seja, com tanto conhecimento industrial e mundial, é natural que os países vizinhos, inclusive a Alemanha, ambicionassem alcançar o mesmo que a indústria têxtil inglesa tinha, ou seja, o seu grande poder.
Em 1896, o governo alemão mandou Hermann Muthesis, sendo um espião de gostos, para uma missão de 6 anos na Inglaterra. O seu grande objectivo era estudar as razões do grande sucesso por parte dos ingleses. De volta, Muthesis aconselhou a criação de oficinas de artes e indústrias para a contratação de diversos artistas modernos para dar aulas. Com isto, este modelo espalhou-se e garantiu a criação de pequenas oficinas privadas que fabricavam utensílios domésticos mobiliários, têxteis e ainda objectos de metal.
De seguida, em 1907, é fundada a Deutscher Werbund (Associação de Artes e Ofícios – DWB) por Muthesius. Esta associação foi considerada a mais importante e de maior sucesso antes da Primeira Guerra Mundial.
É em 1919, que o governo alemão aprova o pedido de Gropius para dirigir duas escolas primitivas em Weimar (a Escola Superior de Belas-Artes e a Escola de Artes e Ofícios), juntou-as numa só, dando origem à Bauhaus (construída por Henry Van de Velde). Esta escola traz na sua origem uma feição destacada do seu perfil, querendo assim realçar a tentativa de articulação entre arte e artesanato.
Gropius acreditava na especulação da “obra de arte total” em que o design torna-se o resumo de todas as artes e ofícios, tudo sob a arquitectura. Era, portanto, algo de tema religioso na qual se deitavam forças tremendas por si mesmas; um elemento de incentivo integral no contexto de uma pátria ética e economicamente derrotada pela Primeira Guerra Mundial. Afirmava então Gropius que poderia reestruturar uma melhor sociedade alemã e, afinal, mais harmónica e democrática.
Como está referido nuns passos anteriormente descritos, a Bauhaus foi a mais relevante escola de desenho industrial, arte e arquitectura do século XX. Sendo o design muito valorizado, constituindo um grande conhecimento na arte moderna e da aplicação tecnológica do Homem, sucedeu-se assim o desenvolvimento cultural e educacional muito significativo. Combinando assim todas as artes num só protótipo, o lema “a construção do futuro”, exigia um novo tipo de artista entre as especializações académicas, na qual a Bauhaus garantia uma educação ajustada e harmonizada. Para garantir tal educação, Gropius teve como necessidade de ampliar novos métodos de ensinamentos, concluindo assim as bases para as largas artes que ainda deveriam ser achadas, estando neste momento “perdidas” no ar. Os três grandes objectivos desta escola eram tirar de cada uma das artes o seu isolamento em que se encontrava sobre motivar os artesãos a trabalharem na cooperativa; erguir o status das peças artesanais ao mesmo grau das belas-artes, como a pintura e a escultura; e manter contacto com as indústrias, como empreendimento de conseguir a emancipação do governo por intermédio da transacção dos seus esboços.
Esta escola contendia a arte pela arte, estimulava a franca criação com o intuito de ressaltar a personalidade do Homem, unindo a arte à tecnologia para atender às contestações da sociedade industrial e da produção em massa, ao contrário do que era contemplado antes da criação da escola, ou seja, a proliferação das artes clássicas. Aqui, os alunos eram encorajados a soltarem-se dos preconceitos em relação ao estético, estimulando-os a buscar novas decifrações do design. Nesta meta, formar designers era um dos outros grandes objectivos da escola. Aqui se pretendia também um conhecimento rigoroso do material e dos processos de trabalho que ficariam em condições de excitar na produção industrial na época, este momento fez-se tornar mútuo, pois a qualidade técnica e artística foi reconhecida com mérito igualmente pelo produtor e consumidor. No final, o aluno “aprendia, fazendo”.
A ligação conceituosa entre a arte e a indústria coincide sobretudo com a mudança da escola para Dessau, em 1925. No emaranhado de edifícios configurados por Gropius, que seriam delineadas as abordagens da Escola Bauhaus: podendo assim as pesquisas formais e as inclinações construtivistas serem realizadas com o máximo de economia na utilização do solo e na construção. Também a atenção às características específicas dos variados materiais como a madeira, vidro, metal e outros; deriva-se assim a vaga ideia de que a forma artística vem de um único método ou mesmo problema, antecipadamente definido o que leva à correspondência entre forma e função... O recurso das novas tecnologias.
Em 1928, Gropius é substituído pelo arquitecto suíço Hannes Meyer na sua direcção. Isto deu uma ênfase mais contrastante e mais social em relação ao design, traduzindo tudo na criação de um mobiliário de madeira, ou seja, mais barato, simples e desmontável; porém, de grande variedade de papéis de parede. Perante as pressões do nazismo sobre Meyer, em 1930 esta escola passa a ser dirigida pelo arquitecto Mies Van der Rohe.
Por falar em nazismo... Em 1932, os nazistas tomaram o poder em Dessau, o que fez com que a famosa escola se muda-se de Berlim para uma fábrica de telefones abandonada, sob o nome de Instituto Superior de Pesquisa Técnica. Porém, após seis meses, em Julho de 1933, a Gestapo ocupou a escola e apressou o seu fecho definitivo. Os nazistas alegavam que a Bauhaus estimulava as características que não lhes pertencia.
Hoje em dia, a Escola Bauhaus alemã continua de janelas abertas por toda a Europa e no Novo Mundo. Contudo, nos 14 anos, apesar de se ter desabituado de uma doutrina fortemente influenciada pelo expressionismo “romântico” para o racionalismo radical, a Bauhaus representou historicamente o início com todo o prodígio da consolidação dos princípios funcionalistas do design gráfico enquanto disciplina, por mediador da sua acção dogmática.
Por fim... Actualmente, a mudança do design com o crescente desenvolvimento tecnológico é análogo ao tipo de transformação que o mesmo sofreu no período da Escola de Bauhaus. A medrante industrialização gera consequências devastadoras nas condições de vida das pessoas e nos produtos manufacturados dos obreiros e dos operários, havendo o risco da evolução se transformar em globalização da forma em que se apresse a destruição do próprio Homem, no aspecto ecológico ou mesmo sociocultural. Na época não houve preocupação com os efeitos sinistros que a indústria poluente causava no meio ambiente.
1. Aulas


2. A famosa escola Bauhaus


3. Exemplo de materiais criados.


sábado, 8 de outubro de 2011

A Sétima Arte e os Irmãos Lumière


A Sétima Arte e os Irmãos Lumière 


O que é a Arte? 

- A arte é uma forma indirecta de transmissão de emoções. 

As primeiras artes foram: a música, a dança, o desenho/pintura, a escultura, o teatro, a literatura e o cinema. Destacando o cinema, podemos dizer que este engloba todas as outras artes no seu geral. O cinema nasceu da vontade de reproduzir a imagem em movimento e, dessa forma, representar o mundo que nos rodeia num espaço e num certo tempo. 

Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) nasceram em França, eram filhos de Antoine Lumière, sendo este fotógrafo, proprietário de uma indústria de filmes e fabricante de papéis fotográficos. Depois de frequentarem a escola técnica, os irmãos Lumière realizaram estudos sobre os processos fotográficos, chegando assim até ao cinematógrafo. 

Louis, irmão mais novo, foi o primeiro cineasta realizador; sendo também já o seu irmão mais velho, Auguste, também tendo participado nas primeiras descobertas. 

Os irmãos Lumière, Louis e Auguste, fizeram o registo do Cinematógrafo ser notável, visto que este aparelho possibilitou a projecção de imagens em tela a um amplo público e ainda abriram portas ao mundo desta arte. 

O primeiro filme apresentado pelos irmãos foi “Saída dos Trabalhadores da Fábrica Lumière” na qual simplesmente se observava a saída dos trabalhadores da mesma fábrica. 

Apesar de já se terem feito algumas experiências, os filmes dos Lumière não tinham som, pois este só chegara ao cinema em 1927. Também com as imagens tinham o mesmo efeito, eram a preto e branco pois também surgira a cores só em 1935. 

Nos seus primeiros filmes, os figurantes eram, na sua maioria, familiares e amigos da família Lumière. Para não existirem erros, os irmãos pediam aos figurantes para que ignorassem a câmara, de forma a tornar assim as situações mais naturais ou reais. 

O primeiro efeito especial dos irmãos Lumière surge acidentalmente. Ao filmarem um dos seus variados filmes, moveram por engano a fita para trás, reconstruindo a parede em filme. Isto fez com que houvesse uma maior visibilidade perante o público, pois o objectivo deles era subscrever a “vida real e quotidiana” que os circundava. 

No total, os irmãos Lumière criaram cerca de 1425 actualidades. 

Apenas no inicio do século XX se começou a utilizar estruturas narrativas e recursos expressivos nos trabalhos de ficção. Nos documentários dos Lumière, o cinema é o “reflexo” da realidade. Os filmes/documentários destes, eram sempre filmados com câmara fixa e com utilização do enquadramento centrado, surgindo assim o equilíbrio visual através da sua tendência naturalista. Nesta altura, a direcção, o peso e o volume dos objectos ainda iam contra ao nosso sentido de leitura actualmente, sendo por vezes incorrecto. A composição não era limitada pelo enquadramento pois este era aberto (os figurantes entravam e saiam da cena); as personagens muitas vezes surgiam “cortadas” e “fora de campo”, isto fazia com que ficasse marcado pelo olhar dos dos figurantes, revelando-se para além do espaço da cena. 

Existiam três planos: o Plano Geral, Plano Médio e o Grande Primeiro Plano. 

No Plano Geral, os figurantes apareciam de corpo inteiro, numa distância fixa inseridos no cenário, o objectivo era realçar este facto; este tipo de plano descreve o ambiente onde decorre a acção. Na sua maioria, era utilizado o Plano Médio na qual mostrava o figurante mais próximo, de corpo inteiro e apenas com alguns pormenores do cenário, subordinando assim mais à presença humana. Por fim, o Grande Primeiro Plano tinha como objectivo principal captar de muito perto o esforço dos figurantes. 

Em relação à luz, as filmagens eram sempre no exterior, durante o dia. Eram poucas as vezes as filmagens no interior, somente se necessário. 

Os filmes dos irmãos Lumière revelaram desde sempre um grande nível artístico. A sua tendência naturalista e realista ficou no interesse puramente nos conhecimentos científicos destes. Apesar dos filmes serem de curta duração, a preto e branco, sem som, filmados de câmara fixa e também caracterizados pela falta de efeitos especiais, chamando-se assim de filmes experimentais, é importante realçar que foi esta família a dar a conhecer o verdadeiro mundo do cinema e a sua história. 


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Da Câmara Escura à Lanterna Mágica

Da Câmara Escura à Lanterna Mágica

O cinema é um fruto de um número considerável de factores, descobertas e invenções, que foram desenvolvendo autonomamente. Este foi apresentado pelos irmãos Lumiére em Paris, 1895. O objectivo deste subtema é dar uma vontade ao Homem, e os espectáculos de sombra e a invenção da lanterna mágica provam isso mesmo. Um exemplo de espectáculos é, por exemplo, a transformação das imagens através de lanternas mágicas do cinema e o aparelho antecessor da máquina de projecção foram objecto de grande fascinação.
Para se chegar a um princípio, é necessário passar por algum cruzamento de séculos existentes que possam trazer ensinamentos que vieram a convergir na invenção do cinema. De certo modo, em maioria dos historiadores, prevalece a data histórica de 1895 em Paris como o verdadeiro nascimento da sétima arte.

A Câmara escura
Actualmente, o cinema aparenta ser uma grande simplicidade. Mas não é tanto como isso, afinal de contas, trata-se como sendo uma complexa união de diversas circunstâncias naturais e científicas. Aqui foram analisadas e chegadas como ponto de partida, o campo da óptica, da química e o campo da tecnologia. É importante saber captar a imagem e dominá-la em sim, autonomamente. É, de certa forma, muito curioso. E haveremos de entender o porquê … Fazemo-lo até ao século IV a.C., na Grécia Antiga, pelo famoso filósofo Aristóteles, que se vai encontrar a primeira referência sobre o fenómeno da captação da imagem.
Como descoberta, o efeito de refracção, ao passar por luz através de um pequeno orifício num local escuro, a imagem do exterior forma-se invertida na parede oposta. Podemos dizer afinal, que é a câmara obscura que tem como significado original de “quarto escuro”.
Posteriormente, só nos séculos XI, os árabes recorrem a esta dispositivo para medir a posição do Sol e observar eclipses solares, sem prejudicar os olhos. Como curiosidade, podemos dizer com isto que, Leonardo da Vinci (século XV), é considerado o maior génio da ciência moderna. Leonardo da Vinci escreveu: “Quando as imagens dos objectos iluminados penetram num compartimento escuro, através de um pequeno orifício e se recebem sobre um  papel branco situado a uma certa distância desse orifício, vêem-se, no papel, os objectos invertidos com as suas formas e cores próprias”.

A Lanterna Mágica
As diversas descobertas que se foram sucedendo tiveram utilidades práticas no campo da arte, da ciência, do espectáculo e da indústria. A conduzir estes progressos está o enorme fascínio e admiração que a imagem reproduzida sempre exerceu. No campo popular, a imagem foi vista, durante um longo tempo, como algo superior. Tão sobrenatural que se poderia considerar fazer parte do campo da magia e do Além. Isto fez com que a magia fosse estática ou em movimento, deu-lhe a faceta de espectáculo, que se encaixou e progrediu com a vinda do cinema.


A Ilusão do Movimento
O movimento das imagens não é mais do que uma ilusão óptica. A passagem rápida e sucessiva de imagens fixas dá-nos a sensação de movimento. A isto se dá o nome de “persistência da visão”, o que, afinal de contas, se trata de uma complexa combinação de fenómenos ópticos, químicos e cerebrais que levam o ser humano a reservar uma imagem por fracções de segundo. O estímulo mantém-se até ao aparecimento da imagem seguinte e o olho humano não percebe que são imagens fixas.
                                                                1- Lanterna mágica
2- Câmara Escura
Em 1765, o irlandês Chavalier Patrice provou este fenómeno com carvão incandescente na extremidade da plataforma, revelou que por um décimo de segundo era possível ver um cículo de luz completo. Por fim, a decisiva descoberta: a invenção da fotografia. A captação da imagem através de utensílios ópticos e a sua fixação, a partir da utilização de químicos, é a difícil etapa até chegar à imagem em movimento.  Aqui se destaca o cinema.